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Fundo Abstrato Ondulado

O preço da inovação

  • Max Schrappe
  • 2 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de jul.

Iniciei no mercado de trabalho com 13 anos, sempre fui muito ávido em aprender coisas novas, questionar modelos existentes e procurar soluções melhores. A inovação está no meu DNA.


No meu desenvolvimento como profissional, me deparei com posturas diametralmente opostas às minhas e a realidade que se impunha: empresários e gestores que literalmente não compreendiam mudanças de modelos e paradigmas ou que tinham receio em mudar o que estava "funcionando" para testar uma "ideia nova" e que, além disso, buscavam confirmação em pares e não em suas próprias necessidades, buscavam referência por porte, quantidade de clientes e não por competência.


Hoje, já com quase 40 anos de trabalho, vejo que pouco mudou, além do discurso. A palavra inovação é usada por todos, mas na prática, quando se trata de decidir, o círculo se fecha e a escolha se dá pelo que os outros usam, a empresa maior ou a mais consolidada.


Estruturas hierárquicas rígidas, senso comum, preconceitos hereditários, conformismo social, rigidez e vieses cognitivo, são variáveis que fazem parte do contexto decisório, afinal somos humanos e utilizamos emoções como base racional. Uma pessoa pode levar uma vida e não identificar o motivo que a faz tomar as decisões que toma e ser refém destes mecanismos sociais humanos e de mercado que nos fazem rechaçar o diferente, pender para o lado do que já foi testado, que é conhecido e comprovado, ao invés de tentar o novo.


Para exemplificar, recentemente em uma reunião com uma empresa que não nos conhecia deixei nossa apresentação engatilhada já no início da call, o gestor que me atendeu é um profissional que fala muito sobre inovação e coloca sua empresa como inovadora, que oferece soluções disruptivas. Após falar da demanda do cliente, motivo da call, procurei apresentar nossa empresa, mas não obtive espaço. Dias depois vi um post deste gestor, na rede LinkedIn, cumprimentando um concorrente nosso como "a melhor solução do mercado".


Me perguntei como ele poderia afirmar que aquela empresa é a melhor se não nos conhece, talvez não conheça outros além de nós também? E, como não conhece todas soluções, como pode apontar que uma é melhor que a outra? O Pior é que ele esteve comigo em reunião e não se interessou em saber sobre a nossa solução!


Este caso me chamou a atenção porque veio especificamente de uma empresa e de um gestor que se dizem inovadores, o que é realmente preocupante, pois quem inova sabe que, talvez a maior dificuldade de quem ousa ser diferente, é obter acesso, abertura e entrada no mercado, exatamente porque o perfil padrão refuta a inovação.


Então, se mesmo este tipo de profissional também está ancorado em paradigmas e vieses pré-estabelecidos, tendo a acreditar que muito do que se fala sobre inovação é discurso vazio, narrativas para parecer descolado e criar uma imagem de "moderno", mas que na prática está mais para como descrito nos versos daquela antiga música de Chico Buarque, Miséria S/A, que dizia:


"Lá vem o velho vestido de novo

 O mesmo discurso sabido de cor

 Já chega arrasando com o seu caminhão

 Carregado de promessas e de solução

 Lá vem o velho de volta pro trono

 Com o olho vermelho e o mesmo gogó

 Lá vem o velho com o seu caminhão

 Carregado de tapinha nas costas e aperto de mão..."


O que quero dizer com isso? Relembro um trecho da introdução dada pelo presidente do Banco Central no LIFT Day 2025, Gabriel Galípolo, que parabenizou não só aqueles que inovam e que tem a coragem de enfrentar a descrença e a resistência para tirar suas ideias do papel a partir do nada, de uma visão ou convicção, mas aos empresários que tem coragem de investir em soluções inovadoras e em buscar a melhoria dos seus negócios e dar espaço para soluções talvez ainda inscipientes, não testadas, ou mesmo já maduras mas que possuem enorme potencial ainda não descoberto.


Para inovar é preciso persistência, perseverança e resiliência, além de competência, mas é indispensável um ambiente favorável onde o público-alvo e o mercado estejam abertos às novas ideias.


Evidentemente, há mercados que são mais tradicionais e procuram soluções validadas por natureza, mercados onde há o risco regulatório, por exemplo,, mas isto não pode ser impeditivo para novas tecnologias ou novos entrantes. Afinal, uma tecnologia só poderá ser validada se for utilizada e uma empresa nova ou já há anos no mercado, startup ainda sem clientes ou com uma pequena carteira, não deveria ser descartada apenas porque não há referências ou há players no mercado mais bem consolidados, especialmente se o que é apresentado é inovador ou, até mesmo, superior. É preciso olhar para os talentos, a dedicação, a determinação, o comprometimento, enxergar a mudança de paradigma como necessária, acolher e recompensar o esforço e a competência..


Há sim uma dose de risco, mas empreender é arriscar e o empresário não pode se acomodar, deve se questionar: qual o custo da ineficiência? Poderia uma solução inovadora, disruptiva ou que rompe paradigmas, reduzir custos, aumentar a eficiência e a competitividade? O custo do investimento se paga com a maior segurança, redução de custos, aumento de eficiência?


Em outras palavras a mensagem que fica é: Dê espaço ao novo, vá além do discurso!


Fica a reflexão!

 
 
 

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